Poema desprogramar

Desprogramar - referente a aula 1 do programa de mindfulness - Saindo do automatismo

Caminho apressado, sem notar o chão, sou máquina de hábitos, engrenagem em rotação.

A mão leva algo à boca, nem vejo, nem penso, o doce da uva-passa passa despercebido no silêncio denso.

Mas…num estalar de dedos, pauso. Olho. Respiro.

Entre meus dedos, um pequeno universo. Rugas, luz, cheiro, textura que antes não existia… e que agora ouço seu som.

Mordo devagar. O tempo muda. A boca se enche de vida e percebo: eu não sou a programação, sou quem observa.

A correria se dissolvendo no canto do pássaro, no vento que brinca na pele, na dança da atenção pelo corpo inteiro.

E nesse instante, não sou relógio, sou presença. Sou quem retorna, inteira, ao que sempre fui.

Val Cristina - ensaios sobre as aulas de mindfulness - dedicado aos alunos na foto acima e os insights deles sobre a aula.