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Origens MBSR



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Propósito e Influências do MBSR


O MBSR foi originalmente elaborado para oferecer suporte a pacientes no manejo de dor crônica. Em seu primeiro formato (Kabat-Zinn, 1982), com duração de dez semanas, o programa era concebido como uma intervenção educativa e prática, principalmente através da meditação. Seu objetivo central era elevar o grau de responsabilidade dos pacientes pela sua própria saúde e bem-estar, paralelamente aos tratamentos convencionais que já realizavam (Kabat-Zinn, 2003).


O MBSR serviu de base para a criação de outros protocolos, os quais foram adaptados para trabalhar com demandas de populações clínicas diversifi cadas, como, por exemplo: Mindfulness-Based Cognitive-Therapy (MBCT), que combina uma nova abordagem da terapia cognitiva-comportamental ao mindfulness para auxiliar paciente com depressão recorrente; Mindfulness-Based Pain Management (MBPM), para manejo de dor crônica; MindfulnessBased Relapse Prevention (MBRP), para a manutenção de abstinência em comportamentos aditivos (Creswell, 2017). Desde então, diversas potenciais aplicações e benefícios foram identificadas, perpassando diversas áreas do conhecimento além do campo clínico, como por exemplo educação e aprendizagem (Felver & Jennings, 2016), sustentabilidade (Wamsler et al., 2018) e trabalho (Good et al., 2015).


Práticas do MBSR que Embasam os Demais Protocolos Composto de práticas de regulação atencional que, gradativamente, infl uenciam o desenvolvimento do mindfulness disposicional, o MBSR é conduzido por um professor certifi - cado, com rigorosa formação, contemplando pré-requisitos como retiros vipassana e o comprometimento com a prática diária de mindfulness6 . O programa é realizado em grupo ao longo de oito encontros semanais com média de três horas, além de um encontro-retiro de um dia em silêncio, com cerca de sete horas e meia de duração na sexta semana. Os participantes devem diariamente realizar em casa práticas guiadas por áudio, com duração aproximada de 45 a 60 minutos.


As práticas realizadas ao longo do programa incluem essencialmente práticas de regulação atencional acompanhadas da atitude de aceitação e não julgamento, quais sejam: mindfulness na respiração, que envolve a observação e investigação das sensações de cada etapa da respiração; escaneamento corporal, envolvendo a observação e investigação das sensações das partes do corpo, de forma sistemática e vagarosa; a caminhada meditativa, que consiste na observação atenta do ato de caminhar, em geral os movimentos de forma vagarosa dos pés e pernas; e a prática do yoga consciente (mindful yoga), que envolve a mesma abordagem atencional e atitudinal direcionada a posturas do yoga (Kabat-Zinn, 2013). De modo geral, como as práticas do protocolo existem para que o estado de mindfulness possa ser desenvolvido, elas devem ser entendidas como um treino. Assim, há ênfase em, simplesmente, tomar consciência do que surge, e de aceitar cada objeto (pensamento, emoção, sensação ou estímulos do ambiente), e ao se distrair, retomar o ao foco inicial, sem julgar ou elaborar sobre a experiência.


Com o avanço na prática, permanece-se aberto ao que surgir na consciência, com aceitação e sem julgamento (Kabat-Zinn, 2013). Há ainda práticas a serem realizadas na rotina pessoal. Estas, chamadas de práticas informais, têm por objetivo desenvolver maior consciência em relação às atividades cotidianas. Atividades rotineiras passam a ser uma oportunidade de prática, trazendo uma nova perspectiva à e tarefas usuais. Por exemplo, estar mais consciente às sensações ao se alimentar, ao caminhar, ao escovar os dentes e ao interagir socialmente, lembrando de adotar uma postura mais curiosa, aberta e não reativa (Kabat-Zinn, 2013). Embora o discernimento ético dos conteúdos mentais observados não seja explicitamente abordado ao longo das práticas do MBSR, diferente do que ocorre na tradição Budista, Kabat-Zinn (2011) enfatiza que a responsabilidade de viver uma vida ética encontra-se nos ombros de cada um que escolhe se empenhar no trabalho com as intervenções baseadas em mindfulness.


Apesar deste chamado a uma conduta ética dos profissionais de mindfulness, a perspectiva dominante de Kabat-Zinn sofreu diversos questionamentos pelo afastamento do arcabouço ético budista, este diretamente ligado ao desenvolvimento de virtudes como sabedoria e compaixão a todos os seres. Esta questão fez com que uma corrente de pensadores, ainda que de forma secular, desenvolvesse uma segunda geração de MBIs mais alinhada à tradição budista (Shonin & Van Gordon, 2015; Van Gordon, Shonin, & Griffi ths, 2015; Van Gordon, Shonin, Griffi ths, & Singh, 2015), onde temas como cidadania, responsabilidade universal e compaixão fossem abordados formalmente com maior ênfase.



Cadernos de Psicologia, Ribeirão Preto, vol. 1, nº 1, p. 1-16 - Outubro/2021


 
 
 

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